terça-feira, 27 de maio de 2014

Amor é uma parada mais legal.

Ela só falava dele, do jeito dele, dos olhos pequenos dele e de como ele era incapaz de enxergar o que era claro demais. (Pra que tão cego?) De como parecia um idiota, perdido e de como era capaz de comentar a foto do papagaio de pirata. 

Cansada de falar, ela escreveu, desenhou e pintou em tinta neon o que sentia. Cruzou os dedos e esperou por um milagre. Esperou que ele não tivesse medo e que não a enganasse. Desejou que ele percebesse o quanto eram mais bonitos e felizes juntos. Sonhou que ele a impedisse de ir embora. 


Ela apagou o número dele e todas as mensagens, prometeu esquecer, sumir, deixar pra lá, mas os planos falhavam toda vez que ele aparecia. Ela entrava em choque, perdida nos muitos goles de bebida. As amigas tentaram devolver o amor próprio dela em três tapas na cara, três doses de vodka, três pontos fora de casa, mas nada superava aquilo. 

Sim, aquilo. Ninguém sabia dizer o que era, mas não parecia amor (amor deve ser uma parada mais legal). Era algo misturado com orgulho, de não querer perder, não querer esquecer, de desejar voltar 20 casas e reviver aquilo que foi maravilhoso. 


Enquanto ela não virar o jogo e deixar a casa cair, ela continuará ali, sem saber se vai ou se fica, se sofre ou se sorri, se bebe ou dança, se vive ou continua presa a alguém que nunca quis se prender a ela.

Por Francieli Rech

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Tempo de limpeza.

Hoje ela acordou tão de bem com a vida, que até parecia que na noite de ontem o Caio Castro havia começado a seguí-la no instagram. Ela estava tão contente que pensou em escrever algo sobre ela, sobre eles, eles que talvez nem eram mais eles, mas que pra ela eram, seriam, serão.

Tudo indo bem, até que naqueles papos de quem procura acha, e com a frequente mania de meter o nariz onde não foi, nem nunca será, chamada, lá estava ela. Paralisou. Quebrou. Tremeu. Entendeu. Decidiu.

Um belo e grande balde, digo tonel de água fria, caía da sacada, ela sem guarda-chuvas, sem capa de chuva, se molhou inteira, encharcada, ensopada, de água, de lágrimas.


Ela entendeu, aquela mensagem maquiada em sua cara, com batom 24 horas e não sairia nem com removedor de maquiagem, minha filha. 

Pensou 32 vezes antes de ligar, mandar um email, uma inbox, um whatsapp, só pra frisar o quanto naquele tempo ela estava fazendo mal a natureza, colaborando com o desmatamento de tantas árvores, ao fazer aquele constante papel de trouxa. Pensou em torturar aquele cidadão, e dizer pra todo mundo o quando ele não valia o que comia, o quanto ele tinha vocação pra ser ursinho que repete a mesma coisa a qualquer um que apertar, como aquele "eu te amo" tão falso quanto o dele, antes ela tivesse um ursinho. 


Ao contrário do esperado, dessa vez ela não fez o que queria, não brigou, não xingou, afinal ninguém precisa mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdades ao surdos, dessa vez ela foi embora, até porque talvez ele nem lembrasse mais dela, explicações eram desnecessárias naquela altura do campeonato.

Ela juntou os cacos, não varreu pra debaixo do tapete dessa vez, dessa vez ela entendia o quanto precisava varrê-los pra fora, pra fora da casa, pra fora da vida. Já estava em tempo de limpeza.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Não está fácil pra ninguém.

Porque uma hora vai passar, as coisas vão se ajeitar, não é isso que todo mundo fala? 

“Calma, relaxa, é só uma fase”, mas quem tem fases é a lua, isso foi uma indireta? Estou gorda por acaso? 

As pessoas são sozinhas, entenda logo isso garota, você já está bem crescidinha!

Talvez, quem você pensou que iria te ajudar não se importou tanto assim com a sua situação, ou melhor, se importou, mas não com você. 


Mas não seja sentimental, você nunca foi disso, não se engane no fundo você já sabia.

Você não quer um amor, não quer uma paixão, não quer nada disso. Só quer paz, dormir tranquila e não se preocupar. Curtir as festas, os rolos, os gatinhos (até aqueles que são só pelo e pulga sabe?!)


Pois é, você quer ser um pouco irresponsável, sem tantos compromissos, tantas tarefas, você cansou de se cuidar sozinha. Mas e se alguém te perguntar: “você quer alguém pra cuidar de você?”

NÃO! Alias, quero! Mas só se for o Caio Castro, trazendo flores de preferência, não, flores não, traz logo uma pizza vai, de toscana, por favor.


Mas enquanto isso não acontece, ela prefere ser assim, cabeça cheia de preocupações, tarefas, prefere ser responsável, mesmo que de segunda a sexta, e prefere realmente de se cuidar sozinha.

Na verdade ela já se acostumou a ficar sozinha, e até gosta, é que fazia tempo que ela não tinha essas crises de garotinha. Ainda bem que já passou.

Então, levanta garota! Bata logo essas asas quebradas, aprenda a voar.

Afinal, não está fácil pra ninguém, nem pra Fernanda Lima.


Por Jessica Allana


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Palavras são só palavras.




“Palavras são só palavras”, eita frase que martelou na cabeça dela o domingo todo. Dessa vez não foram os famosos elefantes dançantes em sua cabeça, como de costume. 

Ela tentou analisar as atitudes de ambos, mas falhou. O nível de álcool da noite anterior confundiu as lembranças. Ela nem lembra há quanto tempo não o via, desde que tinha decidido sumir, sem rastos e vestígios, um sucesso, até sábado.

Ela o viu e paralisou, uma borboleta deu piruetas em seu estômago, e diferente das outras vezes, ele veio até ela, deu um sorriso e a beijou. Que lindo né? Até que foi comprar bebida e nunca mais voltou. 

Diferente das outras vezes, ela não esperou por ele, já tinha cansado de esperar há muito tempo. Um tempo que era bem mais difícil administrar o que sentia. Um tempo que os comentários nerds e implicantes até pareciam fofos.

A forma como fechava a camisa da toalha de mesa da vó, quase faltando botões, a forma como falava e escrevia, como se o vivesse em outra época, a irritava um pouco. Em segredo admirava cada detalhe que o fazia único, o jeito como não se importava de ser ele, de como parecia impossível magoar alguém. Mas acredite, agiu igual à todos.

Ele a ensinou a acreditar em mentiras e contestar verdades. Ensinou a não acreditar em tudo que vê, ou até não ver o que acredita. Ali, palavras eram só palavras e não existia verdade absoluta.

Então, como dizem, no final, tudo dá certo, ou errado. Poxa, às vezes o errado é o certo. Não é?! Às vezes a vida, do jeito dela, vem fazendo aquela bagunça, aquele estrago, mostra o que realmente precisamos, e acredite, muitas vezes, não precisamos do que pensamos precisar.

Nós não precisamos de palavras, precisamos, queremos e merecemos atitudes. Atitudes sinceras, beijos sinceros, querer sincero. Se não, nem house se aproximar dela. 

Ela estava tão cansada de colecionar histórias de amor mal resolvidas, de resumir uma história que transbordou sorrisos e alguns litros de vodka, dança no meio da rua e declarações, em algo que não vale mais a pena ser lembrado.Ela não queria acreditar que, por orgulho, os sentimentos foram jogados fora e que nunca seriam reciclados. 

No fundo, ela sabe, que vai chegar um tempo que ele vai a ver feliz e lembrar que aqueles sorrisos já foram dele, do modo que ela jogava o cabelo e de como dançava como se não houvesse amanhã, vai lembrar que tudo aquilo já foi dele, que ela já foi dele. Ele vai perceber que a vida existiu depois dele, e foi até bem legal, mas que mesmo tendo plantado uma árvore, comprado um cachorro, escrito um livro, ela ainda preferirá a ele. 

Por Francieli Rech

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Colecionadora de "nunca mais".


Ela nunca foi de colecionar coisas, não coleciona figurinhas, nem tazos, não coleciona moedas antigas, brinquedos de kinder ovo, ela só coleciona "nunca mais".

E mais uma vez um "nunca mais" fracassado, sequer lembra do último que obteve sucesso, talvez não seja tão importante, não quando se trata dele.

Aqueles "eu nunca mais vou ficar com ele", "nunca mais sequer olho na cara dele", "ele nunca mais vai me ver", simplesmente evaporavam como se fossem parte do processo de mais rápida ebulição em toda vez que ele sorria. Mas que diabos ele tem naquele sorriso? Alguém ajuda?

Ela sequer sabe, deseja profundamente que ele perca os dentes, deseja um tombo, uma cárie, um soco, uma pedrada, deseja qualquer coisa que acabe com aquele sorriso ou o efeito dele.

Aquele sorriso que leva qualquer lembrança ou "nunca mais" da cota, aquele que faz ela não cumprir todas as promessas de o esquecer, aquelas promessas vagas que tem feito desde que começou a lembrar.

Pensou em fazer um despacho, alguma espécie de ritual de magia negra, pensou em costurar o nome dele na boca do sapo, talvez até burlar uma estrela cadente, qualquer coisa que a fizesse esquecer. E nesse tempo, mais ela lembrava.

Quanto mais ela lembrava que tinha que esquecer, mais ela não conseguia. Ela não sabia bem o que, mas ele tinha alguma coisa que completava ela, algo que o fazia ser mais especial do que os outros, algo que a fazia ficar. Algo tipo um carma, um exu sem luz, qualquer coisa que cola.

E mais uma vez ela ficou, ela estava lá, de cara limpa, olhos brilhantes e um sorriso bobo, mais uma vez ela desceu do salto, engoliu o orgulho e abriu o coração, esperando que ele lhe desse a mão, mas não.

Então, dessa vez ela voltou pra casa, e não disse que nunca mais lembraria dele, ela disse que lembraria pra sempre. Quem sabe ela se surpreenda e comece a colecionar surpresas.

sábado, 17 de maio de 2014

Pronto.

Ela falou sobre como os seus signos combinavam, e quanto foram feitos um para o outro. Escutou todas as músicas que ele gosta e aprendeu a beber cerveja. Contou o que pensava, e escondeu que o seu gosto musical não era tão bom assim. 

Explicou, gritou, demonstrou até o que não existia, pensou em chamar a vizinha ou alguém que pudesse explicar o quanto o queria bem. Mas enfim... 

O destino arruaceiro, trouxe quem não quis ficar, quem não foi capaz de entender todos os sinais que você deixou. O destino acabou brincando de novo e fez aquela bagunça toda. Então, mãos à obra, afinal ela não vai querer deixar toda essa bagunça, onde não se encontra nada.


Foi preciso arrumar a casa, colocar as coisas em ordem, isso, mais uma vez (e quantas mais forem necessárias). Começou por trocar as músicas do pen drive e aceitar que ele estragou sua música favorita, aquele cretino.

Mudou os lugares que  frequentava e as bebidas eram um pouco mais fortes nos primeiros dias. Ela não pensava que isso iria lhe fazer esquecer dele, não, não iria, mas era uma forma de começar a apagá-lo dos sons, dos lugares e da vida dela. 


Depois de quase tudo no lugar e de todos esses rituais, lembrou que não morreria por isso, não morreria por ter gostado tanto, assim como não morreria por amor. E repetiu uma noite toda: “Não é o fim do mundo, não é o fim do mundo.” E não era mesmo.

Ela pensou por alguns dias que estava em pedaços, mas não estava. Celulares, vidros, óculos e unhas quebram. Ela não. Até sentiu um vazio, mas a vida dela não se resumia a ninguém.

Ah meu bem, se ela soubesse o quanto é forte. Saberia que tem tantas outras coisas, muito mais fortes que um quase amor, existem doses de tequilas e muitas garrafas de vodka, caso prefira uns goles de loucuras.


Ela sabe que o tempo cura, claro que cura, mas cura o que pode curar, e apaga o que deve ser esquecido. Amanhã ela vai rir disso, e ele vai ser só mais um idiota com os olhos bonitos, sorriso perfeito e a barba pra fazer, como tantos outros caras que ela já esqueceu antes.

Dessa vez, ela quebrou os pratos e porta-retratos, mas não se destruiu, manteve seu coração intacto. Afinal, ela bem sabe que, entre tantos outros caras, a gente nunca sabe quando aparecerá aquele que gosta tanto de rir como ela, que tem o quadril solto como ela, que tem o mesmo gosto pela música. Aquele cara que estenderá a mão pra ela, e achará fofo suas manias estranhas. 

Pronto, ela vai encontrar novamente aquele cara que vai lhe confundir e fazer ela acreditar que encontrou o cara certo. Mas se não for, ele será só mais um cara, e ela já esqueceu outros caras antes...

(Mistura de brilhos que deu certo, com Francieli Rech)



A inveja do romance.

Os baladeiros de plantão talvez irão me criticar ou serem resistentes a esta observação, mas todos sabemos que as pessoas buscam a felicidade, e esta se dá de várias formas, mas uma ótima forma de ser feliz é quando você vive um romance!

Nessa crítica não vou abordar todas as formas e motivos da felicidade, vou falar única e exclusivamente da paixão/romance. 

Todo mundo quer viver um romance, que é aquele primeiro momento que você esta conhecendo alguém, onde os defeitos permanecem escondidos, onde há um empenho na conquista, qualquer convite é bem vindo, e tudo é motivo para sorrir... 

Esse período de felicidade absoluta, de ser surpreendido pelo desconhecido, de ficar bobo com um mero "bom dia", de sorrir incansavelmente, é um período que todo mundo quer viver... 

E por este motivo, é uma fase de sua vida onde você será invejável, por todos! Porque sua felicidade completa e insana atrapalha a meia felicidade de seu amigo, das pessoas ao seu redor. E isso não é proposital, é um sentimento que é despertado no outro, por não estarem vivendo a mesma situação que você está! 

É sem querer que a inveja de romance vem, e vem com uma capacidade estrondosa de fazer estragos... As pessoas se questionam: "porque ele esta feliz e eu não?" ou "porque ele tem sorte de encontrar alguém legal e eu não?", ou até mesmo: "fulano sempre consegue as melhores pessoas pra se relacionar!". 

Não estou falando somente de pessoas solteiras, sempre tem aqueles casais fake, que também depositam sua carga de inveja nos romances iniciais, até porque já o viveram, e é uma fase que não volta mais. As pessoas tem inveja do que não viveram, ou que estão com vontade de viver mas não tem coragem! 

Então amigo, cuidado! As pessoas podem até quererem seu bem, e torcer pela sua felicidade, desde que ela seja menor do que a deles. 

Quando essa felicidade te encontrar, segura com força e com vontade de vivê-la, porque apesar de rara e rápida, ela é ótima de ser vivida!

por Carolina Selistre

domingo, 4 de maio de 2014

Então, abra os olhos!

Lendo alguns textos aqui do blog, relembrei algumas histórias, revivi alguns amores e todas as minhas decepções amorosas. Me perguntei sobre o meu primeiro amor, não aquele de criança, que sentimos por um coleguinha de aula ou um vizinho de praia, mas aquele que te joga no abismo pela primeira vez, sabe?

Eu cheguei a dizer que ele seria para sempre, que não saberia viver sem, que andar sozinha, sem uma mão segurando a minha, seria doloroso, que dormir sem ser de conchinha me mataria um pouco. Mas de repente, aquele amor que sentia não acontecia mais, faltava brilho nos olhos, vontade de estar junto, e eu nem sabia mais como fazê-lo feliz. Mas e aí qual o momento certo de partir?



Sem ser a atriz principal de uma novela mexicana, sem mágoas, me despedi e fim. Fácil assim, só que não. Por trás das câmeras eu soltei o choro, perdi o chão e quis morrer. Poxa, todo fim dói, e o tempo parece insuportavelmente longo durante o processo de cura.

Me permiti o tempo, tempo de sofrer, superar e tempo para recomeçar. Todo pé na bunda te joga pra frente, você percebe que seus amigos ainda são os mais divertidos, as festas da região reservam boas surpresas, a cerveja do pub continua gelada, a vida é maravilhosa, que existe um mundão lindo pra ser desbravado, que as pessoas são únicas, e você merece conhecer várias. Digo várias.

Então, abra os olhos, esses olhos verdes, veja o quanto aprendeu, o quanto cresceu, que não morreu de amor e nem vai, que está viva e vivendo, veja como tudo começa a ficar mais fácil, mais simples.

Por Francieli Rech