domingo, 11 de setembro de 2016

Eu sei que a gente combinou.


Ok, eu sei de tudo isso.

Lembro como se fosse ontem o dia em que te conheci, em meio a tantos caras estava você, quieto em um canto só observando aquela balada que estava mais pra lá do que pra cá.

Fui me aproximando - já disse que gosto de dar o primeiro passo? -, algo em você me deixava confusa, talvez o olhar, a barba, a maneira como segurava o copo ou aquele desinteresse nas garotas daquela festa.

Depois do primeiro oi, o segundo, terceiro, as jantas durante a semana, encontro com os amigos, finais de semana na praia. Ultimamente o mundo conspirava a nosso favor, ou não.
Mas vamos combinar, nada de relacionamentos, ok?

Ok. Afinal, quem aqui quer se apegar? Preferimos ser livres, né? É.

Nós combinamos isso, aqui ninguém leva nada a sério, nada de relacionamentos, é só diversão, gostamos de ficar juntos, eu te curto, tu me curte, tem química, tem pele, tem desejo, é isso aí.

Sem cobranças, sem ciúmes, sem ligações nas madrugadas, sem "te vejo amanhã", sem acordarmos juntos, nem pense em escova de dentes lá em casa. O nosso lance é meio sem querer e deve ter como despedida só um "até mais".

Nós combinamos, qualquer dia a gente se vê, te ligo quando tiver com saudade, me liga quando quiser me ver, faremos assim, ok?

Você pode fazer o que quiser, nem precisa me contar, só não vale esbanjar garotas na minha frente ok? Não precisamos nos encontrar todos os finais de semana, isso soa um relacionamento, ou seja, tudo que a gente não quer.

Não somos namorados, avise eles que teimam em nos julgar dessa forma, combinamos de não definir o que sentíamos, muito menos o que somos. Então esqueça o que eles falam, não sabem de nada. Nós sempre fomos  assim, desprendidos um do outro. Afinal, nos combinamos.

Eu sei, sei que combinamos, assumo. Se quiser escrevo uma carta, coloco um cartaz assim: “Nós dois aqui, combinamos de não gostar um do outro e assim nada de relacionamentos.”

Aí assino em baixo: Traíra que não sabe cumprir um combinado.

Não deu, juro que tentei. A culpa foi minha, escapou a saudade, não consegui controlar a vontade e meu coração desobediente fica acelerando desgovernado quando te vê.

Não estou lhe pedindo que fique comigo, que esteja pensando a mesma coisa que eu  tipo esquecer o contrato e fugir pra Califórnia - , não estou pedindo que me aceite na sua vida – mas gostaria -, que aceite minhas ligações nas madrugadas ou que fique feliz em acordar com minhas pernas sobre as suas.

Não quero que aceite essa minha loucura, afinal eu nunca gostei de alguém como estou gostando de você e isso me assusta. Me apaixonei e estraguei tudo. Desculpe.

Tudo bem, entendo se não puder mais ficar.

Afinal, foi eu quem não cumpriu com o combinado, então você pode ir. Talvez amanhã eu me arrependa por ter estragado tudo, talvez eu queira voltar atrás e não possa. Mas  se não for pra ter você em minha vida, em minha cama e em meu coração, prefiro que você vá.



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