sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Senta aqui.



Senta aqui, vamos conversar. O seu telefonema não sai da minha cabeça.

Quem te deu o direito de me ligar chorando, contar que seu cachorro deitou no meu lugar na cama e que vocês dois estão com saudades? Foi você que me deixou ir embora, que não me impediu de terminar com tudo. 

Você não precisa ser sempre o bonzinho, o que escuta calado e obedece meus devaneios. 

Você perdeu todos os direitos quando não calou minha boca com um beijo. 

Então, por favor, não me ligue mais. Não me mande whats, SMS e muito menos sinal de fumaça. Se tem algo a me dizer, bate aqui em casa, me procura no trabalho, mas se declare olhando nos meus olhos. 

Diz que a gente tem tudo pra dar errado. Que somos complexos e que o santo não bate. Grite que somos dois brigões e que eu quero estar sempre certa. Julgue-me e fale que sou teimosa, cheia de manias e que meu orgulho não me deixa te procurar.

Tente explicar que nos ofendemos sem necessidade e que nunca discutiu tanto com alguém. Que não somos como os casais dos meus livros favoritos - perfeitos, mesmo sendo tão diferentes. Que você nunca será como os namorados das minhas amigas, nem arrumadinho e nem bom com as palavras, mas que continuará sendo o melhor que pode ser. 

Soqueia a parede, mas me faça entender que temos tudo para dar errado, mas não vamos. E mesmo que o mundo todo aposte contra, não vamos desistir. Sussurre que, no final, vamos dar certo. Porque juntos, temos tudo para dar errado, mas separados, não temos nada.

Por Francieli Rech

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sobre qualquer lugar do mundo.


Pensei em fugir daqui, colocar na mala apenas o necessário. Algumas roupas, um bom livro e aquele vinho que sobrou do nosso último encontro.

Eu queria pegar a estrada, andar sem rumo por aí, encontrar um bom lugar onde parar o carro, e abrir a mesma manta que deitávamos no chão da sala, e contemplar o céu.

Queria ver a lua iluminando o seu rosto, e analisar cada expressão sua.

Queria mesmo sentir a sua respiração próxima ao meu pescoço, reclamar das cócegas e arrepios que ela me causaria. Ter a sua mão segurando a minha e teu corpo próximo ao meu.

Eu queria que tudo isso fosse possível, queria não sonhar sozinha, queria não ter que lhe ver realizando nossos planos com outro alguém.

Eu sei que existem diversos - incontáveis - clichês nesse mundo, mas se tem uma coisa que não é e nunca será, é aquele papo de que o que vale é a companhia.

Porque, na verdade, o que adianta estar Dubai, no Caribe ou em Paris, de que adianta estar em qualquer lugar no mundo, se eu não tenho você pra correr ao meu lado.

Com Francieli Rech

Se você ficasse.


Sei que é tarde para pedir que ouça minhas explicações bobas e sem nexo. Não teria como exigir sua atenção depois desses longos meses calada, para vir aqui falar das minhas angústias por não ter lhe dito a verdade enquanto estava aqui.

Não posso exigir que entenda nas entrelinhas, linguagem corporal ou até mesmo os antônimos das palavras que disse.

Besteira a minha seria acreditar que em consideração ao que fomos (se é que fomos) você me ouviria. Nem eu faria essa boa ação, se estivesse em seu lugar.

Não estou aqui para explicar que a culpa não foi minha, que liguei naquela noite, que não foi eu quem estava conversando com aquele garoto, na verdade estava tentando fazê-lo entender o quanto eu gostava de você, que não aceitei ele no facebook e que aquele cara da foto que postei é só meu amigo.

Não quero explicar porque tive medo, nem porque sumi por aquelas semanas, não atendi, não retornei, depois de lhe ver conversando intimamente com aquela fulana sem sal, bem sem sal.

Nem que seus próprios amigos alertavam a sua falta de interesse na nossa “ex-futura–relação” e do seu contato direto com a sua ex. Não tenho a intenção de lhe contar das histórias que fiquei sabendo sobre você, nem que depois delas andei me envolvendo com um de seus amigos sem querer. Desculpe!

Não sou ninguém pra julgar sua atitude de estar com várias ao mesmo tempo, enquanto eu me dividia mantendo dois relacionamentos para tentar não me apegar em você.

Não quero falar de todas as vezes que nos desencontramos, das vezes que lhe vi de longe e fui embora, depois de presenciar você e seu novo amor. Muito menos das vezes insanas que jurei nunca mais lhe procurar.

Desnecessário falar que aquele dia eu fui a mulher mais feliz do mundo, quando disse que eu era a melhor pessoa que você conheceu ou quando me chamou de amor, sem querer e assustado. Quando pegou na minha mão apertado, no meio daquela festa em que escolheu ficar ali. Me olhou nos olhos e eu sorri.

Não tenho intenção nenhuma de viver novamente aquilo que vivemos, longe disso. Melhor mantermos aquelas lembranças boas. Depois de todo esse tempo as coisas já não são mais as mesmas. A gente mudou, cresceu, provavelmente estragaríamos tudo. Melhor não.

Queria mesmo que entendesse que não fui o estopim do nosso fim, e que aquele papo de que eu não me importava era só da boca pra fora.

Queria dizer que naquela noite eu bebi demais, falei demais, implorei demais, e no fim pedi que fosse embora de vez da minha vida, era tudo mentira!

Entre todas aquelas coisas mal ditas, eu só queria ter lembrado que eu deixaria tudo se você ficasse.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ao cara perfeito.


Aqui vai meu sincero pedido de desculpas a você "cara perfeito" que eu só magoei.

Desculpa não ter lhe ligado como prometi, ter lhe bloqueado do whatsapp e nunca ter respondido suas chamadas no bate-papo.

Ter dito que "íamos marcar" e nunca mais lhe dar qualquer sinal de fumaça, fugindo de você como fujo dos cobradores (exemplo fictício).

Desculpa ter ignorado seus convites, seus olhares, suas ligações, ter dito que eu tinha namorado.

Desculpa ter desaparecido com o amanhecer e não ter deixado rastros.

Não há nenhum problema em você, bem pelo contrário, existem apenas qualidades das quais sequer sei contabilizar, é de fato o genro que mamãe pediu a Deus, mas mãe sempre exagera, né?

Você não é feio, não é burro, não é nem chato, é talvez a pessoa mais linda com quem me relacionei nos últimos tempos, é é daquele tipo "por dentro e por fora". Cara, você é apaixonante, atencioso, querido e tem frases tão inteligentes que me assustam.

É diferente dos outros caras, diferente porque me quer, quer tanto que até irrita.

Logo a mim, que não passo de uma garota confusa e cheia de dramas. Logo eu que não sou exemplo de bom comportamento e beleza tropical.

Então, não é você. Nem eu. A culpa disso não ter dado certo é de ninguém. Só não era pra ser - odeio quando falam isso...mas não tenho outra resposta -, era pra ser eu, era pra ser você, não nós.

A gente não tem culpa de não gostar, de mudar de ideia do dia pra noite, a gente não tem culpa de ter medo.

Não estávamos no lugar errado, estávamos no lugar certo e na hora certa, mas faltou o "blim".

É uma espécie de falta de "sininhos", aqueles que tocam quando acontece o "blim" - o "blim" que é a mesma coisa que cair de cara em um muro e quebrar ela todinha - que é se apaixonar.

As vezes agradeço o sumiço daqueles sininhos, outras até que gostaria que eles não se escondessem tanto.

Mas, como eu ia dizendo, ninguém tem culpa de gostar de alguém, a gente bem que tenta fugir, esquecer, mas no fim acaba se apaixonando. Só que esse negócio de se apaixonar é loteria, não escolhe cor, sexo, idade, o cupido meio bêbado - no meu caso - acaba acertando em quem ele bem entende.

As pessoas se preocupam demais em encontrar pares perfeitos, se preocupam em entender porque não encontram, porque encontram e perdem, porque encontram e não querem.

Será que elas não percebem o quanto encontrar já é a conta? O quanto já vale um encontro, mesmo que dure um dia, dois, ou apenas alguns minutos.