quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Desista mais




Um parabéns com estrelinha para quem nunca desiste do que quer!
Parabéns, pra quem segue firme, insistentemente na cola do outro, feito uma pedra no sapato, feito um chiclete na sola, um velcro que não desgruda, e na qualificação mais meiga, um ursinho agarradinho.
Passamos a vida toda ouvindo frases como: “nunca desista dos seus sonhos, corra atrás do que quer pra sua vida, se quer busque, ficar parado não vai fazer com que as coisas venham até você”.
Alguém gravou a cara de quem lhe apresentou essa frase? Alguém aí sabe quem foi que disse uma barbaridade dessas? Quem disse pra não desistir?
Que atire a primeira pedra quem nunca desistiu de nada, quem nunca percebeu que um crush não valia suas tentativas falhas – cansativas, insistentes e chatas-, quem nunca desistiu de um curso e até quem nunca desistiu de montar aquele desgraçado do cubo mágico? Aafffff!
Esse negócio de não desistir tem lá suas exceções. E uma delas é quando se trata de relacionamentos.
Tem brasileiro nato sofrendo de tanta peleia pra conseguir apenas um “oi”, que nunca – nem com reza braba – chegará no “tudo bem, como está?”, quem dirá um convite aceito para um jantar a luz de velas.
Tem gente que é mais ignorado que panfleteiro e ainda assim está ali, firme e forte na tentativa fracassada de ser, pelo menos, percebido. Que papelão!
Nesse caso, não adianta, não desistir é inaceitável.
Insistir em coisas que não vão mudar, que não vão acontecer e que somente lhe fazem sofrer ainda nas tentativas, é dose!
Aquele papo de que: “se você quiser realmente, você consegue”, não passa de um blefe, e dos grandes!
Esquecem de complementar que “você até consegue – tá, nem sempre -, mas e depois?”.
Conseguir o que se quer é o de menos. Coisa fácil depois de umas e outras. O pior vem depois disso.
Fácil, fácil, de conseguir um “oi”, às vezes um beijo, outras muitas noites de amor, uma boa companhia. Mas e aí? Era o que você procurava? Isso? Só isso? E aquele negócio que chamam de amor? É de comer?
Insistir em coisas que realmente não são recíprocas, não vale a pena. Ninguém precisa de migalhas – você é um pombo, por acaso? – de alguém.
Chega de inventar desculpas para a falta de interesse do outro – que nem sabe da sua existência e se sabe nem faz questão dela -, de tentar entender as atitudes e a falta de importância que ele lhe dá.
Afinal, a importância de um santinho de político está mais em alta do que a sua. Desculpe, sou sincera.
Já não é mais tempo de tapar o sol com a peneira, os dias ainda estão meio nublados, mas quando o verão chegar- e graças a Deus está quase aí – não haverá como não enfrentar os raios de sol no seu rosto.
Larga dessa cisma toda, ela só lhe trará dores de cabeça, para não falar nas do coração.
Nesse caso e em milhões de casos, desistir não é fraqueza.
Desistir de algo que só está lhe causando dor e que realmente não terá nenhum resultado – que não, mais um coração partido – é amor, e digo amor próprio.
O que você – pelo amor de Deus, diz que sim – tem que ter por aí. Né?
Tem gente (tipo aquele traste) que não merece o nosso querer, muito menos o nosso precioso tempo.
Então desista, esqueça. Se permita. Não adianta insistir no não desejo do outro.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Eu deixaria tudo se você ficasse

Sei que é tarde para pedir que ouça minhas explicações bobas e sem nexo. Não teria como exigir sua atenção depois desses longos meses calada. E simplesmente vir aqui falar das minhas angústias, aquelas que guardo por não ter lhe dito a verdade enquanto estava aqui.
Não posso exigir que entenda nas entrelinhas, linguagem corporal ou até mesmo os antônimos das palavras que eu disse.
Besteira a minha seria acreditar que em consideração ao que fomos (se é que fomos) você me ouviria. Nem eu faria essa boa ação, se estivesse em seu lugar.
Não estou aqui para explicar que a culpa não foi minha, que liguei naquela noite, que não foi eu quem estava conversando com aquele garoto, porque eu estava, mas na verdade estava tentando fazê-lo entender o quanto eu gostava de você, que eu e ele não teríamos qualquer chance e que poderíamos ser apenas amigos.
Não quero explicar porque tive medo, nem porque sumi por aquelas semanas, não atendi, não retornei, depois de lhe ver conversando intimamente com aquela fulana sem sal, e convenhamos, bem sem sal.
Não preciso nem dizer que seus próprios amigos alertavam a sua falta de interesse na nossa “ex-futura–relação” e do seu contato direto com a sua ex. Não tenho a intenção de lhe contar das histórias que fiquei sabendo sobre você, nem que depois delas andei me envolvendo com um de seus amigos sem querer, só de raiva. Desculpe!
Não sou ninguém pra julgar sua atitude de estar com várias ao mesmo tempo, enquanto eu me dividia mantendo dois relacionamentos para tentar não me apegar em você.
Não quero falar de todas as vezes que nos desencontramos, das vezes que lhe vi de longe e fui embora, depois de presenciar você e seu novo amor. Muito menos das vezes insanas que jurei nunca mais lhe procurar. Iludida.
Desnecessário falar que aquele dia eu fui a mulher mais feliz do mundo, quando disse que eu era a melhor pessoa que você conheceu ou quando me chamou de amor, sem querer e assustado. Quando pegou na minha mão apertado, no meio daquela festa em que escolheu ficar ali do meu lado. E ainda, quando me olhou nos olhos e eu só sorri.
Não tenho intenção nenhuma de viver  novamente aquilo que vivemos, longe disso. Melhor mantermos aquelas lembranças boas. 

Depois de todo esse tempo as coisas já não são mais as mesmas, né? A gente mudou tanto, cresceu, provavelmente estragaríamos tudo. Melhor não.
Queria mesmo que entendesse que não fui o estopim do nosso fim, e que aquele papo de que eu não me importava, era só da boca pra fora.
Queria dizer que naquela noite eu bebi demais, falei demais, implorei demais, e no fim pedi que fosse embora de vez da minha vida, era tudo mentira! Eu já havia dito para não acreditar em mim...
Entre todas aquelas coisas mal ditas, eu só queria ter lembrado, antes de você ir, que eu deixaria tudo se você ficasse.