sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Não perca essa mulher




Hoje eu venho lhe dar um recado, futuro perdedor. 
Não sou mais do que ninguém para lhe dar discursos do que deve ou não ser feito – nessa sua vida perfeita -, longe de mim. Se meus conselhos sempre fossem tão bons eu venderia. Mas esse recado deve estar valendo uma nota.
Não perca essa mulher.
Não espere que ela canse.
Quando ela for, ela não vai voltar.
Aquele dia ela esperou – por horas – pela sua chegada em vão. Colocou a melhor roupa, foi no salão, fez depilação – você sabe o quanto isso é massacrante? – eis que aquele dia, seria “o dia”. Foi, o dia em que ela esperou sentada, quase criou raízes no sofá, enquanto aguardava que você chegasse para buscá-la. Já eram 23 horas, ela decidiu esperar mais 20 minutos. Nada.
Você disse que ligaria. Disse que combinariam de se ver naquela semana. Ela desmarcou com as amigas, e desde a segunda-feira passou a ter borboletas hiperativas no estômago e um brilho nos olhos irreal. Ela olhou o telefone. Segunda, terça, quarta, quinta… Nada.
Você disse que gostava dela. Sorriu. Mesmo desconfiada ela acreditou. Ela disse que sentia o mesmo, pediu que fosse só dela. Você disse que ia ao bar. Não voltou.
No dia em que ela disse que iria embora você não acreditou. Ela esperou que você a impedisse de partir. Que você a abraçasse forte e segurasse sua mão. Você disse boa sorte.
Você vai perder essa mulher.
Lembra quando ela chegou naquela festa? Viu como ela estava linda? O quanto ela estava feliz por estar ali – mesmo tendo a maior vontade de estar dançando com as amigas – só com você. O quanto se divertiam juntos e como era leve aquela relação?
No verão – aqueles em que ninguém quer topar com o amor da vida – ela lhe encontrou. Depois daquele desejo que fez após pular as 7 ondinhas sabe? Encontrar alguém foi o 7º desejo, quase nem desejou. Por sorte – ou não – no dia seguinte ela lhe encontro na beira da praia, em meio aquele sol que estava aumentando suas sardas, estava você.
Você ainda lembra como foi a primeira vez? Ela havia bebido demais pra uma noite só. Ela dançava com aqueles braços descontrolados – tipo bonecão do posto – indo de encontro a copos e rostos. Desculpe moço! Desculpa moça, foi sem querer! Até que foi você. Sem querer.
Lembra o quanto todo mundo dizia que eram perfeitos juntos?
De fato, eram.
Mas, você vai perder essa mulher. Você está deixando ela ir e por muitas vezes está fechando a porta.
Hoje, já faz tanto tempo, desde o dia que você – sem sorte – começou a perder essa mulher.
Você vai lembrar daquele abraço gostoso. Vai lembrar do modo como ela sorria e fechava aqueles olhos pequenos. Da gargalhada inconfundível naquele corredor. Do modo como ela cruzava as pernas. Dormia de meias. Usava meias e chinelo no mercado. Do modo como ela jogava o cabelo – aqueles cabelos compridos e sedosos – quando lhe via passar. Do modo como ela coçava a cabeça quando fez algo errado. Como ela desviava o olhar quando mentia.
Você vai lembrar das mensagens engraçadas que ela teimava em lhe mandar. Das declarações inéditas que ela fazia, de uma maneira tão dela, tão diferente. Vai lembrar dela quando ver morangos. Quando ver qualquer cachorro de rua vai lembrar daquele dia em que ela ficou cheia de barro na frente do restaurante, quando ela brincou com ele por horas, que por perder a hora vocês não puderam entrar.
Vai lembrar do beijo dela e o quanto ela o interrompia para falar algumas coisas as quais lembrava. O quanto ela dava gargalhadas de coisas que só você achava engraçadas e o quanto ela não parecia ter a idade que tem. E do quanto ela era incrível.
Você vai lembrar dela. Ela que você está ajudando a entregar a outros braços e abraços. Por esse medo bobo de se envolver.
Até quando você vai magoar as pessoas por medo de se apaixonar?
Você vai perder essa mulher.
Você vai mesmo deixar isso acontecer
Eu sei que a gente sempre tem aquele discurso de que dessa vez – só dessa - não vai deixar ir, não vai esperar -como sempre – não vai perder pra valorizar. Mas sempre acaba perdendo. Sabe aquela garota sensacional que você vai encontrar na vida? Você também vai perder.
A gente sempre acaba pensando que tem as coisas – e pessoas – na mão, que elas esperam ali no mesmo lugar até tomarmos uma decisão, que pode fazer com elas o que bem entende e que elas precisam de nós, que sem nós não sobreviveriam. Até aprender que elas talvez vivam muito melhor sem nós.
Sempre deixamos para depois, pra chamar pra sair, pra avisar que vai se atrasar, pra convidar pra passear no parque, pra ligar e dizer “pensei em você”, pra dizer o quanto sentiu saudade naquelas poucas horas e o quanto lembrou dela nas pequenas coisas, pra falar que o sorriso dela é bonito e o quanto ela é importante.
É assim que a gente perde.
Então, você quer mesmo ser um perdedor, me diga, o que você está fazendo?
Não faça isso de novo. Não deixe que ela canse. Não deixe que ela vá.
Quando você vai encontrar alguma mulher, que lhe devolva o brilho nos olhos e que tenha aquele sorriso que ilumina uma cidade inteirinha, tão parecida ou tão perto dela?
Cara, por favor, se você gosta mesmo dela, não perca essa mulher.

Quanto tempo leva para esquecer alguém?


Quanto tempo leva para esquecer alguém?
Heim? Quanto tempo, mãe?
Ela perguntou, depois de tentar de todas as formas esquecer aquele cara, aquele que não quis ficar.
Quanto tempo mãe?  Ela perguntava chorando, entre um soluço e outro, esperando ouvir um “falta pouco” – aquele que ela ouvia em todas as vezes que perguntava “Mãe, quanto tempo ainda falta para chegar na praia? Só mais um pouquinho, filha.”-  mesmo que ainda faltassem longas horas.
Ela não sabia, nem a mãe dela, que sabia tudo, sabia - se iria chover,  se iria fazer frio, se o cara era legal, ela sempre sabia tudo -, sobre o amor e o tempo, nesse caso, ela não poderia ajudar, mesmo com aquelas previsões assertivas de sempre.
Ela perguntou aos amigos, que com a melhor das intenções apresentaram as mais variadas respostas, em todas elas não haviam respostas certas, porque não havia tempo, não havia previsão.
Alguns falaram que ela não esqueceria, que apenas superaria, mas e se ela não superar?
Sabe que ela ainda não superou aquela vez que o primeiro amor disse que não ficaria com ela porque ela era gorda? Ela ainda torce para encontrá-lo qualquer dia mais fofinho (tipo uma balão surpresa) do que o normal.
Outros, diziam que dependeria do grau do envolvimento deles, que na verdade achavam que ela nunca esqueceria, mas que se acostumaria a viver sem.


Mas quem aqui falou em viver sem? Ela só queria esquecer, heim, será que rola? Alguém tem aquele flash do MIB?
Falam que, caso exista outra pessoa em mente, ela demoraria 2 minutos para esquecer. Mas lá ela vai querer outra pessoa? Ultimamente ela só tem olhos para aquele Exu sem luz. .
A tia dela disse que ela não esqueceria de verdade, que somente ficaria adormecido. Poxa! Que tia mais FDP! Ela ali querendo esquecer e essa tia do caramba me diz um negócio desses? Eita tia!
Não adianta, por mais que ela tenha escutado aqueles conselhos – nem tão legais – ela sabe que um dia algo vai lembrar dele, que a memória dela vai ser a pior inimiga naquelas noites em que ela tomar a décima dose de vodka e, que se aquele romance/lance/rolo/amizade colorida ficou mal resolvido, ela não iria esquecer nem aqui, nem na China.
Falam pra ela o tempo todo, que o tempo curaria aquela dor, ou que pelo menos, se não curasse, ele tiraria aquele Exu de evidência e colocaria outro Exu melhor em seu caminho.


Mas poxa vida heim? Além de informar que ela não iria esquecer, ela ganharia mais um cara “novinho em folha” pra lembrar. Que massa, top!
Mas então, quanto tempo mesmo?
Não se sabe.
Nem eu, nem você, muito menos ela.
A gente nunca sabe quanto tempo vai durar aquela gargalhada boa, aquele picolé de fruta, aquele sol no domingo, a gente não sabe quanto tempo vai durar nosso melhor amigo canino, quanto tempo vai durar o dinheiro na poupança, a tinta no cabelo, a unha feita sem nenhuma lasquinha. A gente não sabe.
Quando a gente menos espera termina o gás da cozinha, termina o dinheiro, a água, termina o papel higiênico. Quando a gente vê termina a gasolina, fura o pneu, quebra a unha, suja a roupa branca, quando a gente vê chove, cai o mundo. Quando a gente percebe o tempo passou.
Já faz uma semana que não fala com a melhor amiga, que não liga para os pais, que não perguntou sobre a sobrinha, uma semana que não vai a academia, que não estuda para aquele concurso dos sonhos, quando a gente percebe dormiu demais e perdeu a hora, ou perdeu a hora e nem vai dar pra dormir.
Ela não terá uma resposta para aquela pergunta tão complexa, afinal não é só aquela questão de química da última prova que não tem resposta, essa também parece não ter.
Qualquer dia ela lembrará que já faz 3 meses que ela não fala com ele, nada, nadinha, nem uma mensagem. Qualquer dia ela verá que já se passou um ano sem visitar a página dele no facebook, que já faz quase dois que sequer saiu com ele.
Um dia ela esquece e nem percebe, ou quem sabe, se tiver sorte – coisa que ela teve quando ele se foi – perceba que ele não é o único no mundo que ela poderia lembrar, e muito menos o melhor.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Ela não está procurado alguém.



Ela não está procurando alguém.

Ela não está no happn, tinder ou nos corações solitários. Ela não tem vergonha de chegar sozinha nos lugares. Não acha tão ruim ir ao cinema sem acompanhante. Não se importa de sair com casais de amigos, nem de não estar casada e com alguns filhos correndo pelo apartamento. Ela aprendeu a ficar sozinha e a não reclamar por isso. Ela gosta muito da sua própria companhia. De uns tempos para cá, ela até prefere que ninguém se aproxime muito, não por enquanto.

Não, família querida, não se preocupem, não tem nada de errado com ela. Podem ficar tranquilos e não tentem encontrar pares a ela. Ok?

Ela está ótima, ótima como nunca esteve.

E, não se trata de solidão, de exigência ou da grande besteira de falar que ela está encalhada. Não se trata disso, se trata dela e das escolhas que ela fez.

Ela não vendeu o coração no mercado livre, não fez uma tatuagem dizendo um "forever alone", ela não grita aos sete ventos que vai morrer sozinha, mas antes de procurar por alguém ela preferiu se encontrar, sabe?

Não sabe né? Tudo bem, isso tem pouco por aqui. 

A maioria das pessoas tenta fazer isso com os outros, e está tudo bem, afinal vivem nos cobrando quando estamos sozinhos, isso acontece todos os dias, e assim acabamos em relacionamentos frustrados e abusivos, só por ranço, medo de ficar sozinho ou raiva de ficar respondendo, todo santo domingo para a tia, que o namorado está à caminho, obrigada, de nada. Cara, isso é muito triste, sério.

Que mania é essa que gente tem né? De tentar definir as escolhas dos outros, essa mania de tentar entender o porque delas, sendo que as escolhas não são nossas. Não tem como, meus amigos!

Nós julgamos as escolhas dos outros, questionamos as atitudes e sentimos pena deles estarem sozinhos, mas no fim, nós somos aquelas pessoas que dariam a vida para ter a coragem que eles tiveram.

Nós concluímos que eles estão tristes por estarem sozinhos, mas muitos de nós estamos juntos e cada vez mais tristes. Será que a gente não percebe?

Será que aquela garota, que NÃO está procurando alguém, talvez saiba sobre isso? Será que a escolha dela não foi melhor que a nossa?

Talvez, talvez sim. Talvez não. Quem sabe a escolha dela foi melhor para ela e ponto. É isso.

Precisamos entender que não existe padrão, quem falou que ele é certo? Quem disse que precisamos ter alguém? Só precisamos se acharmos necessário, se não não, minha filha!

A vida é muito mais do que passar 24 por dias procurando alguém, uma tampa da panela, uma metade de laranja. Vai ter gente muito espetacular sozinha, tem gente não acha alguém durante anos, e tem vezes que nem vai encontrar.

E está tudo bem. 

Que tal pararmos com esse papo de que "ela é linda demais para estar sozinha", e começarmos a entender que, estar com alguém não é afirmação de beleza, felicidade ou sucesso, em muitos casos é bem pelo contrário. 

Afinal, nem todo mundo não sabe viver sozinho.

Esse texto é sobre amor.



Ok, esse texto é sobre amor sim.

Vai lá, pode me julgar, vai. Eu aguento e talvez mereça.

Sempre acreditei nesse papo de que o mundo dá voltas e que as coisas que a gente manda para o mundo sempre voltam, de uma forma ou de outra...

Infelizmente, isso também conta sobre aquelas coisas que a gente faz "sem querer", o que envolve pessoas, amigos, tia chata, cachorrinho do vizinho e o crush. Sim o crush conta, querida!

Um dia ou outro a gente acaba sofrendo as consequências das coisas que fez, se a gente planta lá uma coleção de crushs e malandragens, uma coleção de corações partidos deixados sem querer pelo caminho, digo sem querer de verdade minha gente, se a gente insiste na mania incansável de gostar de quem não gosta da gente e acaba magoando quem gosta, de querer ser independente aos sete ventos e não enxergar aquele moço bom ali, só esperando uma chancezinha, ou até mesmo alguns "nãos" que foram quase impossíveis de não dar, tudo isso volta sabia? Segura e coloca o cinto aí, que vem curva, e das brabas.

E, hoje deve ser o dia, sei lá.

Tudo bem, talvez eu até mereça mesmo.

Só que dessa vez juro que fiz tudo direitinho, a cada contato apagado, a cada aplicativo de paquera que eu saí por ele, você está entendendo? Saí do Happn, Tinder e Badoo, mentira eu nunca estive no Badoo. Mas a questão é que eu tentei fazer tudo certo minha gente, não só tentei, como fiz. E "é verdade esse bilete".

Deixei de responder os contatinhos, ok não eram muitos, mas eram os meus - MEUS -  contatinhos e eu sofri com isso, sabia?

Deixei de sair para as baladas querendo encontrar alguém, alguém para preencher aquele vazio do coração, que depois dele já quase nem existia mais.

Nunca mais passei em frente a obra pra levantar a autoestima, ela estava lá em cima, acho que era um pouco de amor tomando conta desse meu coraçãozinho de gelo, não?

Passei a sentir aquele frio na barriga antes de mandar mensagem, me desconcentrar no trabalho e não saber como lidar com aquela situação, na verdade eu não sabia mais como era gostar de alguém e ainda estou confusa minha gente. Isso é bem difícil.

Tudo bem, ok, estou mesmo gostando de alguém. E não é primeiro de abril. Quer saber? Isso não me parece uma boa decisão, até porque eu nem pude escolher se queria gostar ou não, que porra é essa?

Ainda, seguindo as programações normais da emissora, PASMEM, não é recíproco. 

Ah, pô, conta aí uma novidade? Ah vá que fui gostar logo de alguém que está pouco se lixando? Ah, bonita vai se fazer de desentendida agora é?

Quem é que gosta de alguém que retribui? Calados, por favor! Ninguém perguntou nada aqui, foi só uma pergunta comigo mesmo a qual já sei a resposta, só que se for em voz alta eu vou chorar. Por Deus!

Então, eu estou aqui, gostando de alguém - por enquanto, ridículo, vou dar jeito nisso -, que estranho né?

Logo eu, a rainha dos rolê, pomba gira da liberdade, logo eu aqui, que disse que desse mal eu não sofreria mais, estou aqui, sofrendo, eu que chutei o balde, tive que correr atrás do balde, buscar o balde, e estou aqui abraçando o balde. 

Mas quer saber? Não é por isso que vou sair por ai dizendo um: VIU, FALEI QUE GOSTAR DE ALGUÉM NÃO VALE A PENA! NÃO ACREDITE NO AMOR, MUITO MENOS NOS CRUSHS! CONTINUE SENDO FROSEN, QUERIDA!

É claro que não.

Eu aqui, mesmo depois dessa ilusão que eu mesma criei - caraca se eu usasse essa imaginação pra ganhar dinheiro, estaria rica né não?-, não penso que foi de tudo uma tristeza, até porque não foi.

Gostar de alguém não é tão ruim assim, e eu bem que precisava amolecer o coração que já vinha congelado a muito tempo, de uma forma ou de outra esse amor até serviu.

Serviu pra mostrar que todo mundo, mesmo que negue, sabe gostar do outro de uma forma bonita, e que ser verdadeiro, por mais que duvidem, é a melhor coisa que você pode fazer, se não for recíproco, tudo bem, tem gente que não enxerga a sorte que tem.





quinta-feira, 21 de junho de 2018

Pronto, fui mais uma conquista dele.


Pronto, fui mais uma conquista dele, depois de tanto tempo insistindo ele finalmente consegui me levar na lábia, no sorriso e naquele corpinho maravilhoso. Oh Jesus! 

No fundo eu já sabia, que após ele conseguir o que queria, e me colocar naquela listinha de troféus que ele deve ter, ele desistiria. Afinal, era só mais uma conquista barata, como todas as outras.

Aquele papo de te amo, até te levar para cama, sabe? Todos tem, e você vai cair em alguns deles, calma, tudo bem.

Durante todo esse tempo ele foi um brasileiro nato, e lindo, não podemos esquecer, brasileiro que insistia na gente de verdade, e jurava que quando ficássemos juntos, com toda certeza desse mundo não nos largaríamos mais, dizia que nosso "lance" era diferente, que eu era diferente. A-HAM.

Ele acompanhava a minha vida nas redes sociais, interagia com todos os acontecimento e elogiava até quando eu postava uma foto do pé, só do pé, entendeu? 

Nós tínhamos um lance bem antigo, muitas coisas pela metade e aquela vontade de resolver tudo, sabe? 

Eu que prego na vida o lance de "não caio nessa", procurei meu certificado de trouxa e, com um sucesso jamais visto, mesmo com aquele papinho todo de "você é diferente das outras", "sinto algo quando te vejo", "sei que nosso lance é doido", não querendo acreditar eu fui la e acreditei, linda, leve e burra. OOOOOOk. Já me julguei sozinha, por favor não me julguem coleguinhas.

Pô gente, uma vez na vida e outra na morte, esse papinho deve ser real, né? Né? Tá não respondam, obrigada.

Ah, por mais que a gente queira não acreditar no amor, no fundo a gente acredita, vai que né? Um dia na vida a gente tenha alguma sorte e o "você é diferente das outras" seja realmente de verdade?

Talvez, só sei que nesse caso, não era de verdade, era bem mais ou menos, uma mentira das boas, que eu quaaaaaaase acreditei.

Ele não sumiu do nada da minha vida, mas também não esteve mais presente como antes, ele deu uma sumida com classe. Foi até meio educado da parte dele.

Foi assim: começou com menos comentários nas postagens dos pés, nada de mensagens de "quero te ver", nada de querer saber da minha vida, nadinha. Até foi educado em ignorar alguns convites, fingindo que não viu a mensagem, que bonitinho.

Maaaassss o que foi aquilo tudo, sei lá, realmente não sei, talvez ele já tenha cumprido a meta ou talvez ele achou que não foi tudo aquilo que ele esperava, eu não vou saber a verdade, mas pode até ter um elevado fundo de verdade a parte de que "não foi tudo aquilo que ele esperava", sei disso. Mas eu jamais faria isso com ele, afinal, quando eu falava que nosso lance era diferente, era de verdade, eu queria mesmo véi.

Pena que ele não era.

Vida que segue, Deus no comando, meio sem rumo, mas no comando ele deve estar né, cada um sabe de si, e talvez esse não era o tempo dele, se é que ele entende sobre isso.

No fim das contas, a gente nunca mais falou, e se depender de mim, nem vamos.

Ele não precisou falar nada para dar o recado, era só isso e pronto, e a gente aqui entendeu bem, meu anjo. E está tudo bem.

Se tem uma coisa que a gente não precisa é de gente de mentira, de gente que não sabe qual passo dar, de gente que nem sabe certo de si e pensa que sabe dos outros, a gente precisa é de gente que fala o que sente, de gente que conserta as coisas nesse meio de gente que só troca por outra, a gente precisa entender que sentimentos e pessoas não são descartáveis, mas isso não é pra todo mundo, eu entendo, tem que ter coragem e, tem muita gente que não tem, e sinto muito, mas essa gente não me serve.


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Quantos corações ainda vamos machucar tentando ser de quem a gente não é?


"Quantos corações ainda vamos machucar tentando ser de quem a gente não é?"
Ouvi essa frase, de alguém nada mais nada menos do que meu afilhado de 17 anos...
Vocês entenderam a gravidade? Prontos para o banho de água fria, de chuva quando se está de roupa branca, de balde em baixo da janela ou enxurrada na cara mesmo?
Pois bem, lá estava ela, namorando novamente, acho que talvez seja o quinto namorado em uma fração de dois anos, nossa ela nem havia parado pra contar. Ontem mesmo ela terminou, e ninguém nem ficou surpreso com isso, afinal, ela é do tipo de garota que não suporta ficar sozinha.
De uns tempos pra cá ela vem namorando sem pausas, ele era bonitinho demais para não namorar, abria a porta do carro, ele gostava das mesmas coisas que ela, adorava a natureza e cursava medicina, ela já disse que adora estudantes de medicina? Eles se davam bem, mas acabou, depois de longos 3 meses de "eu te amo", "você é o amor da minha vida" e "vamos morar juntos".
Depois foi com aquele carinha da faculdade que gostava tanto dela, já fazia um tempo, desde o primeiro semestre ele enviava flores no seu aniversário, observava quando ela passava pelo restaurante com aqueles olhos grandes e brilhantes, não era jamais de se jogar fora. Então ela resolveu dar uma chance a ele, eles deram muito certo por cerca de um ano, durante esse tempo todo ela aprendeu a gostar dele, aprendeu a gostar de cada detalhe, mas certo dia ela acordou e não queria mais. 
Ela era cheia de boas ações, é sério, ela se dedicava ao máximo para encontrar alguém que desse certo com ela, que estivesse a altura de todas aquelas expectativas que ela aumentava diariamente, ela andava por ai se envolvendo com pessoas e encontrando almas gêmeas instantâneas, as quais ela com o tempo acabava percebendo que não eram tudo aquilo.
Ela era eu, ela era você, ela era meia dúzia dessa gente toda que tenta se esconder.
Mas até quando  a gente vai ficar se machucando e o pior, machucando os outros, tentando ser de quem a gente não é?

Até quando a gente vai ficar tentando tapar buracos em nossos corações partidos, nos mantendo afastados das pessoas, sem criar muita intimidade para que o "perdido" seja mais fácil?
Por que vivemos nos esforçando para se encaixar no mundo dos outros? Poxa! 
Quando eu ouvi aquela frase, ontem em meio ao jantar, senti um soco no estômago, senti o quanto eu não estava sendo leal a mim e muito menos aos outros, que não tinham culpa nenhuma dessa minha infantilidade ridícula. 
A nova eu, aquela que pedi nas 7 ondinhas do ano novo, não deveria fazer mais isso, só que eu estava fazendo escondida, eu estava sendo uma cretina comigo e com vocês, eu sei.
Por medo e orgulho eu ficava ali, fingindo que estava tudo bem, quando não estava. Eu tentava por muitas vezes inventar um personagem para agradar o amor de alguém, para encaixar na vida de alguém, alguém que eu nem sabia se queria de verdade. Gerando uma bela coleção ridícula de amores que eu quase nunca quis.

De teimosa que sou, eu continuava lá, tentando ser de quem eu não era, tentando mudar um gosto aqui, 34 gostos lá, um costume aqui e outra mania lá, e quando eu percebia eu já não nem me reconhecia mais. E isso por acaso estava certo? Não né, minha filha, eu estava fazendo tudo errado, como sempre, obrigada.


E o pior de tudo, é que a gente sempre sabe de quem é de verdade, não adianta esconder não bb, a gente sabe que não é daquele "fulaninho", do "cicraninho", a gente é daquele lá que talvez já é até de outra, mas a gente é.


Depois daquele pitaco do pirralho metido, e inteligente e coisa mais querida de sua dinda, percebi que eu ainda estava tentando ser de quem eu não era, insistindo em amores mortinhos por medo de encarar um amor que já era meu, que poderia ser, e que eu sabia muito bem de quem se tratava.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Não enviar uma mensagem, é uma mensagem.



Essa frase doeu sabia? 

CARACA, essa frase é tipo aquele soco no estômago, aquela topada de mindinho no móvel da sala, é tipo cortar o dedo com folha de ofício... sabe? Dói, mores!

Tudo bem garota, não desespera não, isso acontece com todo mundo, todos os dias, pode acreditar.

Você decide seguir seu coração - e isso não acontece sempre, eu sei  - e você vai lá e pááááá, pega o atalho errado, o GPS falhado, rua sem saída ou na melhor das hipóteses, o GPS vai la e te larga no meio de um tiroteio na favela.

É isso aí, isso é mais ou menos o que acontece quando a gente ouve aquela dica - ridícula - de "siga seu coração", é isso, seguir o coração exige coragem, em alguns casos exige até uma armadura, tem que ser "faca na bota", né?

Seguir o coração é até emocionante, a gente sempre pensa que vai ser retribuído, na verdade todo mundo sonha com isso - planeja uma casa com três filhos e 7 cachorros no fim da rua, com aquele carinha que a gente viu duas vezes - até acredita quando ouve aquele "eu também gosto de você", mais falso do que nota de 3 reais.

É assim a que a gente segue o coração. É aí que a gente começa a entrar naquele fundo do poço - de tobogã e com emoção - sem volta...

Ok, se estivéssemos aqui falando de um fundo do poço que deu certo, sabe? Aqueles, com um trampolim, ou naqueles casos em que a pessoa vai lá no fundo do poço, mas lá tem um salão e ela volta linda e maquiada com a pele de pêssego e diz "vocês não sabem o prazer que é estar de volta"? 

Mas não, o fundo do poço que a gente vai nesse caso é bem escuro, sujo, fede e quase nem tem saída. E ela entrou, "toda feliz, ela".

Ela gostava tanto dele, que chegava a esquecer dela, acreditava que ele era o amor que ela tanto havia esperado, aqueles que chegam de cavalo branco e não como os últimos que pareciam ter chegado de jegue.

Mas não. Ele era só mais um que chegou de patinete.

Ela estava lá com uma coleção de mensagem visualizadas e não respondidas.

- Oi.

- Oi, tudo?

- Aconteceu alguma coisa, você está bem?

Ele nunca mais foi visto. Nunca nem respondeu, deixou ela lá remoendo aquele "eu também gosto de você" que ele deveria falar como se fosse um bom dia.

Mas um "eu gosto de você" NÃO É UM BOM DIA, moleque!!!

E ela, deveria entender que o fato de ele não enviar uma mensagem a ela, também era uma mensagem. Uma mensagem de "não me importo com você", "não tenho interesse", "não quero", "por favor suma da minha vida", mas ela continuava ali, querendo ouvir ou ler aquelas palavras não ditas, mas tão claras feito uma placa de motel na beira da rua.

Ele não queria mais ela, sem motivos, sem rodeios.

Não adianta, tem gente que além que ter o coração partido, só entende quando eles ainda colocam o coitado em uma máquina de carne moída, e ela era mais ou menos assim.

Ela iria mandar mensagens, iria beber todas e falar aqueles "estava com saudade" quando ligasse para ele, ela faria isso por algum tempo ainda, e depois colocaria a culpa na bebida. Ela ficaria trancada em casa por alguns dias e gritaria aos sete ventos que nunca mais iria gostar de alguém, como se ela acreditasse. Iria colocar as melhores roupas quando soubesse que ele estaria só para que ele visse o que havia perdido.

Como se isso tudo importasse, como se ele realmente se preocupasse.

Não adiantava, por mais que ela tenho sido uma das preferidas, diferente das outras, por mais que ela tenha realmente sido especial, tudo isso se perdia em meio a tantas outras, que nem dava para contar nos dedos.

Ela sabia que estava assinando, diariamente e a cada mensagem, um atestado de trouxa, mas tudo bem, afinal, quem nunca né?