segunda-feira, 12 de março de 2018

Não enviar uma mensagem, é uma mensagem.



Essa frase doeu sabia? 

CARACA, essa frase é tipo aquele soco no estômago, aquela topada de mindinho no móvel da sala, é tipo cortar o dedo com folha de ofício... sabe? Dói, mores!

Tudo bem garota, não desespera não, isso acontece com todo mundo, todos os dias, pode acreditar.

Você decide seguir seu coração - e isso não acontece sempre, eu sei  - e você vai lá e pááááá, pega o atalho errado, o GPS falhado, rua sem saída ou na melhor das hipóteses, o GPS vai la e te larga no meio de um tiroteio na favela.

É isso aí, isso é mais ou menos o que acontece quando a gente ouve aquela dica - ridícula - de "siga seu coração", é isso, seguir o coração exige coragem, em alguns casos exige até uma armadura, tem que ser "faca na bota", né?

Seguir o coração é até emocionante, a gente sempre pensa que vai ser retribuído, na verdade todo mundo sonha com isso - planeja uma casa com três filhos e 7 cachorros no fim da rua, com aquele carinha que a gente viu duas vezes - até acredita quando ouve aquele "eu também gosto de você", mais falso do que nota de 3 reais.

É assim a que a gente segue o coração. É aí que a gente começa a entrar naquele fundo do poço - de tobogã e com emoção - sem volta...

Ok, se estivéssemos aqui falando de um fundo do poço que deu certo, sabe? Aqueles, com um trampolim, ou naqueles casos em que a pessoa vai lá no fundo do poço, mas lá tem um salão e ela volta linda e maquiada com a pele de pêssego e diz "vocês não sabem o prazer que é estar de volta"? 

Mas não, o fundo do poço que a gente vai nesse caso é bem escuro, sujo, fede e quase nem tem saída. E ela entrou, "toda feliz, ela".

Ela gostava tanto dele, que chegava a esquecer dela, acreditava que ele era o amor que ela tanto havia esperado, aqueles que chegam de cavalo branco e não como os últimos que pareciam ter chegado de jegue.

Mas não. Ele era só mais um que chegou de patinete.

Ela estava lá com uma coleção de mensagem visualizadas e não respondidas.

- Oi.

- Oi, tudo?

- Aconteceu alguma coisa, você está bem?

Ele nunca mais foi visto. Nunca nem respondeu, deixou ela lá remoendo aquele "eu também gosto de você" que ele deveria falar como se fosse um bom dia.

Mas um "eu gosto de você" NÃO É UM BOM DIA, moleque!!!

E ela, deveria entender que o fato de ele não enviar uma mensagem a ela, também era uma mensagem. Uma mensagem de "não me importo com você", "não tenho interesse", "não quero", "por favor suma da minha vida", mas ela continuava ali, querendo ouvir ou ler aquelas palavras não ditas, mas tão claras feito uma placa de motel na beira da rua.

Ele não queria mais ela, sem motivos, sem rodeios.

Não adianta, tem gente que além que ter o coração partido, só entende quando eles ainda colocam o coitado em uma máquina de carne moída, e ela era mais ou menos assim.

Ela iria mandar mensagens, iria beber todas e falar aqueles "estava com saudade" quando ligasse para ele, ela faria isso por algum tempo ainda, e depois colocaria a culpa na bebida. Ela ficaria trancada em casa por alguns dias e gritaria aos sete ventos que nunca mais iria gostar de alguém, como se ela acreditasse. Iria colocar as melhores roupas quando soubesse que ele estaria só para que ele visse o que havia perdido.

Como se isso tudo importasse, como se ele realmente se preocupasse.

Não adiantava, por mais que ela tenho sido uma das preferidas, diferente das outras, por mais que ela tenha realmente sido especial, tudo isso se perdia em meio a tantas outras, que nem dava para contar nos dedos.

Ela sabia que estava assinando, diariamente e a cada mensagem, um atestado de trouxa, mas tudo bem, afinal, quem nunca né?

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