“O que falta pra você me amar de verdade?” perguntou ela, com aquele ar de desilusão. Ele? Não respondeu. Nem sabia. Ele nem sabia dele, como saberia o que faltava nela?
Por muitos meses ela ficou com aquela tremenda dúvida, acreditando sinceramente que o problema todo foi ela quem causou, quando criou e engordou aquelas malditas expectativas. Acreditava sinceramente que tinha alguma coisa de errado com ela, porque ninguém passava 5 anos, eu digo 5 anos meu amigo, tentando encontrar sua metade da laranja e no final das contas a laranja era sempre chupada, azeda ou de alguém, que se lambuzava com a maldita.
Até parecia que ninguém sofreria tanto por amor mais do que ela. Nunca se viu um coração de pedra tão mole. Ninguém haveria se apaixonado tanto quanto ela naqueles 05 anos, 05 meses, talvez naqueles 05 dias. Então alguma coisa haveria de estar errada. Mas não.
No fim das contas, ela sabia que não havia nada de errado com ela, que as situações pelas quais passou, aconteceriam mais 05 ou mais um trilhão de vezes, até um dia acertar a laranja, sem querer, sem procurar. Ela - e mais de 90% da população amante - só precisava entender que o amor não se procura em paradas de ônibus, em bares, na internet, nem na laranjeira, ele um dia aparece, mas só quando você deixar de procurar.
Ela precisava entender que um dia alguém também iria gostar dela e dos seus milhares de defeitos imaginários, das suas manias irritantes e desse furacão de emoções que ela insiste em demonstrar depois de umas e outras.
Ela precisava entender, que pra amar de verdade alguém, com toda a intensidade do amor, ela deveria primeiro se amar de verdade, só assim ela saberia que é ser inteira, e não procuraria uma metade, não precisava delas. Assim talvez as coisas começassem a dar certo e choveriam metades de laranjas, laranjas inteiras, um festival de sucos intermináveis por aí.
Então, começamos errado garota, a pergunta correta é: O que falta pra você se amar de verdade?
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