sexta-feira, 30 de junho de 2017

Há quanto tempo eles não se veem?



Há quanto tempo eles não se veem, há quanto tempo será que não se tocam, alguém por acaso sabe deles? Não? Alguém sabe o que restou? Alguém arrisca um palpite? Será que ele aprontou alguma? Se apaixonou por outra? Nunca mais deu sinal de vida? Será que ela não retornou as ligações? Ficou com medo? Simplesmente esqueceu?

Quem via aqueles dois, tão diferentes, tão entrosados, apaixonados, felizes, despreocupados, mal poderia imaginar um futuro que não fosse em dupla, sim em casal, juntinho, mesmo quando eles tentavam a todo custo demonstrar que não eram um. Que tolos.

Eles nunca foram daqueles casais apaixonados, eram tão livres que se encontravam todas as noites sem querer. Nunca respeitaram um padrão, deram tanto um ao outro, mas nunca deram seu coração. Tão estranhos, tão discretos, não precisavam provar nada pra ninguém, sabiam o que levavam no peito.

Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com eles, certo dia eles apareceram por aí, sem querer, se olharam, seus olhos brilharam, coração palpitou, mas foi diferente de todas as vezes, se cumprimentaram e seguiram. Dessa vez não seguiram juntos, nem deram as mãos, quando tentaram viram elas escorregarem, difícil, mas foram em direção contrária, até não se encontrarem mais.

Não se ouviu mais falar daquele casal. Aquele que acreditava não ser um. Talvez, eles tivessem razão o tempo todo.

Ninguém viu mais aqueles sorrisos conjuntos, aquele compasso perfeito, aquele abraço que encaixava feito a peça que faltava no lego, não se viu mais tanta compatibilidade em dois opostos.

Há quem diga que eles não encontraram mais o caminho de volta, que se perderam em meio a novos sorrisos e novos abraços, há quem diga que eles estão melhores agora, longe um do outro. Talvez, quem sabe…

Ouve-se dizer que em todas as noites eles pensam um no outro, porque sabem que mesmo longe, quando olham pra lua eles ainda veem o mesmo céu.

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