Quanto mais os dias se passavam, mais ela entendia o quanto fez a escolha certa.
Sabe o que é? É que ela sempre quis que ele a impedisse de ir embora, ela sonhava com isso, sério, ela esperou ansiosamente até o último minuto por uma declaração de amor ou uma placa dizendo "fique", sei lá.
Ela sempre pensou que significava alguma coisa para ele, algo a mais do que algumas noites boas e uma lembrança legal.
Sempre quis que ele visse o mundo como ela via, mas como é que faz heim? Ela exigia sentimentos correspondidos à mesma altura, se torturava com isso e sofria quando isso não acontecia. O problema é que ela esquecia que existiam muitas formas de gostar, e que nenhuma era menos justa que a outra, apenas diferentes.
No fundo, ela sabia que esperar por ele era perda de tempo, ele nunca corresponderia às expectativas dela, que não eram poucas, eles eram tão diferentes que não tinham nada em comum, a não ser o fato de não estarem juntos, ok achamos algo em comum aqui, mas graças a ele.
Mas, triste e como ela imaginou, ele não estava esperando por ela no dia em que ela foi, não ligou - muquirana -, não desejou boa sorte - sem coração -, não foi se despedir - máquina de vacilo -, sequer mandou uma mensagem de “já vai tarde”.
Ela olhou para todos os lados, sério que ele sequer daria um sinal?
Ela até pensou em ligar, afinal ele poderia ter estado muito ocupado, poderia estar sem telefone ou com o sinal ruim, poderia ter até esquecido que era a última chance, a última, espera que vou soletrar rapaz, mas não, ele nem apareceu.
Ele sabia de tudo isso, sabia que era a última chance, das 32 que ela deu, ele sabia mais do que ninguém o que estava perdendo, mas não importava, afinal ele nunca entrou nesse jogo pra ganhar, ela já estava na dele, não que isso importasse. Afinal, quem disse que ele iria ficar?
Assim ela embarcou, ninguém apareceu.
Por mais que a saudade doesse, por mais que o coração apertasse lembrando dele, ela ainda estava ali, mas sabia que esperar por algo que não chegaria seria fatal. Seria a mesma espera para sair para jantar com o Nick dos Backstreet Boys, não iria acontecer. Sério, Serião.
Então, como de costume, ela vestiu aquela armadura estilosa, estampou aquele sorriso lindo nos lábios e seguiu em frente. Não olhou para trás.
Pra que olhar pra trás? Afinal, é para frente que se anda.
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