domingo, 11 de setembro de 2016

Ela nunca teve medo...

Em meio a uma conversa e outra, ela disse: "Meus relacionamentos são falhos" - com a voz suave, calmamente continuou falando sobre coisas aleatórias.

Como assim? Alguém pegou o fio da meada? Ela acabou de falar que os relacionamentos dela são falhos, ferrados, fim de carreira? Isso?

Ela parece nem se preocupar, ou nem perceber muito o que diz, como assim seus relacionamentos são falhos? 

Como assim, ela está bem mesmo assim? 

É claro que está, ela sabe que vai passar por muitos papéis principais ainda, nessa novela mexicana, que é sem dúvida sua coleção de semi-relacionamentos.

Não é olhando pra ela que você vai perceber a quantidade de falhas, não é em um primeiro momento que você perceberá quanta coisa bonita existe naquele coraçãozinho de pedra, demorará um certo tempo até você saber de quantos dramas a sua vida amorosa é composta, e ela nem se importa.

Ela não se importa mais, e já sequer lembra quantas vezes sofreu, chorou, comeu aqueles inúmeros potes de sorvetes e se descabelou.

Já nem faz diferença quantas vezes ela terá que fazer as mesmas coisas, ela vai tentar, por todos os caminhos (até os tortos). 

E daí se as coisas vêm dando errado há muito tempo, e se vai ser perda de tempo de novo, ou não?

Ela nunca foi boa em autoajuda, muito menos foi otimista pra dizer que tudo daria certo. Ela nunca foi de falar em coisas que não acreditava, que não sentia. 

Mas era teimosa demais pra deixar um bando de erratas lhe causarem medo, muito menos lhe fizessem desistir de tentar, mais uma vez, e mais mil. 

Dessa vez, ela não leva uma mochila de esperanças bobas, ela só leva um sorriso e a vontade de tentar.

Ela sabia que iria tentar e errar algumas vezes, sabia que iria sofrer, mas em um desses caminhos – errados - ela ouviu uma frase, de um autor que ela desconhece, infelizmente, que dizia mais ou menos assim:

“Você não pode escolher se vai sofrer ou não, mas pode escolher por quem vai sofrer”.

Desde lá ela decidiu ir em frente, afinal ela nunca teve medo de assumir as consequências de suas escolhas.


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