quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sobre aquele cara que ela nem conhece...

Ele sorriu pra mim! Ele sorriu pra mim! Ele sorriu pra mim!

Como uma criança apaixonada pela primeira vez, ela repetiu isso inúmeras vezes para si mesma. 

Olhou para o espelho e não se reconheceu. Os mesmos olhos que nos últimos tempos eram escuros e apagados, agora brilhavam. O sorriso discreto estava na orelha. 

Olhou para o espelho e não acreditou. Droga! Ela estava apaixonada. 

Apaixonada por aquele cara, aquele cara que nem ela e nem ninguém sabia o nome, aquele cara que era novo na cidade (OMG! Eles já tinham algo em comum), melhor, no país, aquele cara com o sotaque enrolado e o sorriso torto perfeito, aquele cara que lhe pediu um peso e que só via na academia. Aquele cara que ela nem sabia se era casado, hétero e se gostava de cachorros.

Aquele cara que não falou com ela mais do que meia dúzia de palavras. Meu Deus, justo aquele cara?

Ela imaginou diálogos, e repetiu eles inúmeras vezes, treinou até o seu espanhol. Sonhou com o dia que o encontraria longe dali, o dia que poderia perguntar seu nome, telefone, estado civil, CPF, RG e se estaria livre na segunda à noite.

Ele era diferente dos outros caras. Não era um gogoboy, mister alguma coisa, não parecia com o Cristiano Ronaldo e nem tinha cara de nerd. Ele não tinha músculos enormes e nem cuidava da alimentação como se não existisse sorvete no mundo.

Ele não tinha o sorriso milimetricamente perfeito, nem os olhos verdes, definitivamente, ele não era um monumento, mas aquele cara tirava o ar, o sono e tudo o que quisesse dela. 

Pela primeira vez, ou não, ela não sabia o que fazer.

Ela não sabia nada dele, nem se ele sabia da existência dela. Mas pouco importava, ela só sabia que contava as horas para esbarrar com ele, ela só queria sentir o que estava sentindo, mais um pouco, até daqui a pouco ou nunca mais.

Com Francieli Rech

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