Ela olhou o celular, não havia nada, olhou mais uma vez e nada dele, nenhum sinal, nem uma mensagem sem querer, só daquelas pra dizer estou aqui. Abriu o whatsapp, percebeu – com dor no coração – que a “fotinho” dele se distanciava do topo, cada vez mais.
Ele, justo ele, que devolveu o brilho nos olhos, que arrancou gargalhadas, tirou o sono, o sossego e, ainda de quebra, roubou o coração dela fácil.
Ela, justo ela, que parecia uma rocha, forte demais, decidida demais, segura demais.
Ele que chegou como uma brisa e partiu como um furacão, bagunçando o que estava em ordem e quebrando o que estava inteiro.
Ela, que abriu a porta, agora tinha que fechar, e assim como nas outras vezes, sem indiretas, sem magoas, vai colocar tudo no lugar.
Vai se acostumar com as horas que não passam, a distância que aumenta, com o inverno interminável e com a chuva lá fora, com os cafés e corações que esfriam rápido demais. Ela vai se acostumar com a saudade, com a ausência.
Se um dia ele perguntar, ela vai responder que está tudo bem, ou que está tudo indo e vai sorrir. Porque é isso que acontece, as pessoas vão e a vida segue. Fazer o que?
Ontem, ela sentiu muito. Hoje, sente falta. E amanhã, talvez, não sinta nada. Mas sentada, relendo as conversas no aplicativo, espera que ele sinta tanto quanto ela.
Por Francieli Rech
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