segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Das coisas que eu não gosto.

Não gosto de azeitona, nem de ser deixada no vácuo. Não gosto de mostarda, não gosto de gente de mau humor, de queijo cheddar, nem de mentiras contadas. Não gosto de brigas, de roupa apertada. Não gosto de celulite, unha quebrada. Não gosto de palmito, de cigarro, não gosto de beber demais e ver o mundo girar, mas não gosto que me mandem parar de beber.  

Não gosto de café sem açúcar, de abraço sem afeto. Não gosto de pensamentos que nem mesmo a gente entende, nem de não ter o que pensar, o que sentir. Não gosto de pessoas que se queixam da vida com os pés plantados no chão, e nem daqueles que correm demais. Não gosto de falsidade, de chuva sem guarda-chuva, de esmalte que sai 5 minutos antes da festa, de calcinha apertada.


Não gosto de cortar o cabelo, de dor de barriga, de acne na testa, não gosto de café fraco, de carne mal passada, de gente que pensa ser dono do mundo, de repetir a sobremesa. Não gosto de gente indecisa, de não saber se vai ou se fica, não gosto de tropeçar em público, nem de errar o passo de dança, de quem canta sem saber a letra, não gosto de quem não canta. Não gosto dos intervalos publicitários da televisão, nem de ervilha. Não gosto de gente tímida, de quem não fala o que sente, nem de cachorro quente sem salsicha. 


Não gosto de batata frita sem maionese verde, de refrigerante sem gás, não gosto de fazer chapinha no cabelo, de perder o par do chinelo, de engolir água do mar. Não gosto de pessoas que somem, que surtam, que vão embora, não gosto quando aparecem do nada. Não gosto quando o livro termina, quando choro assistindo um filme e quando minha própria vida vira uma novela mexicana. 

Não gosto de acordar cedo, de dormir o dia inteiro, não gosto de ligações sem alôs, não gosto de gente carente, de churrasco sem maionese. Não gosto de beijo sem emoção, de sorriso guardado, de internet 3G, de bateria que termina, de coração partido, amor não correspondido. 


Não gosto quando me obrigam a abortar expectativas, de ter medo de criá-las, quando é preciso começar e recomeçar histórias. Não gosto de animais maltratados, de suco de saquinho, do peixe do sushi, de gente que se faz de vítima, da dúvida, não gosto de teimosia, de esperar, de strogonof sem batata palha, da falta de tempo, de cobranças, de ir embora sem dar tchau. Não gosto quando os feriados caem no sábado, fim de férias, fim de festa. 

Não gosto de segunda feira, de festa sem música, de pastel de vento, de pizza de rúcula e tomate seco, não gosto de calor demais, de frio demais, de autoestima demais, não gosto de solidão, de gente sem coração. Não gosto de blush em excesso, de gente feliz demais, de cachorro preso, de academia, de fofoca, de dançar sozinha. Das tantas coisas que eu não gosto, gostei de você.


(com pitadas de Francieli Rech)

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