quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A cor favorita dela não é rosa.

Sabe aquela moça ali, aquela sentada com as pernas afastadas, falando alto e distribuindo sorrisos? Aquela moça é tão diferente de todas as meninas, a cor favorita dela não é rosa. Ela nem tem uma cor favorita, uma boneca favorita, um amigo favorito. Sempre vi ela, distribuir amor igualmente, e percebe-se que é sem qualquer esperança de ser retribuído. Ela não vive um conto de fadas não, contrário disso. Era magoada também, mas não conseguia magoar. 


Tinha gostos simples, gostava da imensidão do mar, do azul do céu, do brilho das estrelas, de tudo o que parecia ser infinito. Ela parecia tão doce, amava espontaneidade, escrevia textos quando estava triste, e alguns jamais serão lidos. Percebi que ela falava pelos cotovelos, falava muito. Transbordava, se permitia. Sorria com os olhos, e que olhos. Tinha esperanças de que não importava onde estivesse, alguém no mundo estaria olhando para o mesmo céu, e isso lhe fazia sentir viva. Distraída, insegura, confiante, decidida, estabanada. Ela conseguia ser várias em uma. 


Escondia tantos sentimentos, que as vezes explodia, fugia de pessoas. Sabia exatamente quem a magoaria. Mas já estava acostumada com promessas que jamais seriam cumpridas. Não exigia nada de ninguém e não gritava ao mundo o quanto seu coração estava ferido. Insistia até a última pontinha de esperança, até murchar. E dessa vez percebi que ela decidiu sumir, escafedeu! 


Ela apagou as lembranças instantaneamente, perdoou, jogou fora as mágoas e recomeçou. Ela era livre demais pra prender alguém que não quisesse ficar. Ela sabia que tinha um bom coração, então resolveu entregá-lo a quem se importa.


Com Francieli Rech.


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