Parabéns, pra quem segue firme, insistentemente na cola do outro, feito uma pedra no sapato, feito um chiclete na sola, um velcro que não desgruda, e na qualificação mais meiga, um ursinho agarradinho.
Passamos a vida toda ouvindo frases como: “nunca desista dos seus sonhos, corra atrás do que quer pra sua vida, se quer busque, ficar parado não vai fazer com que as coisas venham até você”.
Alguém gravou a cara de quem lhe apresentou essa frase? Alguém aí sabe quem foi que disse uma barbaridade dessas? Quem disse pra não desistir?
Que atire a primeira pedra quem nunca desistiu de nada, quem nunca percebeu que um crush não valia suas tentativas falhas – cansativas, insistentes e chatas-, quem nunca desistiu de um curso e até quem nunca desistiu de montar aquele desgraçado do cubo mágico? Aafffff!
Esse negócio de não desistir tem lá suas exceções. E uma delas é quando se trata de relacionamentos.
Tem brasileiro nato sofrendo de tanta peleia pra conseguir apenas um “oi”, que nunca – nem com reza braba – chegará no “tudo bem, como está?”, quem dirá um convite aceito para um jantar a luz de velas.
Tem gente que é mais ignorado que panfleteiro e ainda assim está ali, firme e forte na tentativa fracassada de ser, pelo menos, percebido. Que papelão!
Nesse caso, não adianta, não desistir é inaceitável.
Insistir em coisas que não vão mudar, que não vão acontecer e que somente lhe fazem sofrer ainda nas tentativas, é dose!
Aquele papo de que: “se você quiser realmente, você consegue”, não passa de um blefe, e dos grandes!
Esquecem de complementar que “você até consegue – tá, nem sempre -, mas e depois?”.
Conseguir o que se quer é o de menos. Coisa fácil depois de umas e outras. O pior vem depois disso.
Fácil, fácil, de conseguir um “oi”, às vezes um beijo, outras muitas noites de amor, uma boa companhia. Mas e aí? Era o que você procurava? Isso? Só isso? E aquele negócio que chamam de amor? É de comer?
Insistir em coisas que realmente não são recíprocas, não vale a pena. Ninguém precisa de migalhas – você é um pombo, por acaso? – de alguém.
Chega de inventar desculpas para a falta de interesse do outro – que nem sabe da sua existência e se sabe nem faz questão dela -, de tentar entender as atitudes e a falta de importância que ele lhe dá.
Afinal, a importância de um santinho de político está mais em alta do que a sua. Desculpe, sou sincera.
Já não é mais tempo de tapar o sol com a peneira, os dias ainda estão meio nublados, mas quando o verão chegar- e graças a Deus está quase aí – não haverá como não enfrentar os raios de sol no seu rosto.
Larga dessa cisma toda, ela só lhe trará dores de cabeça, para não falar nas do coração.
Nesse caso e em milhões de casos, desistir não é fraqueza.
Desistir de algo que só está lhe causando dor e que realmente não terá nenhum resultado – que não, mais um coração partido – é amor, e digo amor próprio.
O que você – pelo amor de Deus, diz que sim – tem que ter por aí. Né?
Tem gente (tipo aquele traste) que não merece o nosso querer, muito menos o nosso precioso tempo.
Então desista, esqueça. Se permita. Não adianta insistir no não desejo do outro.
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