sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sobre aquele pé na bunda

E você aí, do que está rindo?
Vai dizer que nunca, nunquinha da silva, postou nas redes sociais que estava em uma felicidade sem tamanho enquanto se escondia atrás de um pote de sorvete enorme, depois daquela voadora – porque descrever aquilo como pé na bunda seria uma gentileza – na bunda? Gente, você levou com os dois pés no peito, vai? Mas, tudo bem.
Vai dizer que nunca esfregou na cara da sociedade virtual – e não virtual – o quanto estava linda e feliz depois dele? Ah, conta outra!
Que não passou dias vestindo as melhores roupas e postando “check-in” em todo o lugar que pudesse gerar ameaça ao “ex” posto dele, e o pior, fazendo questão de surgir nos locais onde ele estava?
Ah, diz aí vai! Que não olhava uma, duas, três ou trezentas vezes no dia as atualizações no facebook dele, a última visualização do whatsapp, torcendo pra que não existisse um tapa furo no seu lugar, com aquelas fotos de comercial de margarina?
Diz aí que não encheu a caixa dele de mensagens, naquelas noites em que bebia além da conta, e que não sofria a cada foto dele, publicada em uma daquelas festas que vocês gostavam tanto? Que não tentou provar pra aquele bando de “piriguete” que ele gostava mesmo de você, entre tantas outras?
Mas e aí, o que você ganhou com isso, além de tanta dor de cabeça? Onde ele – aquele que gostava mesmo de você – estava agora?
Que jogue a primeira pedra quem nunca postou fotos antigas e fez ciúmes com amigos gatos? Quem nunca tentou seduzir o “bff” dele na esperança de que ele enfim entendesse que você não era lá de se jogar fora? Até eu, né gente?
Depois de uma voadora na bunda, daquelas de deixar sem andar por uma semana, a gente faz cada coisa, né?
Entramos em uma luta sem fim, uma faca com dois gumes entre, esquecer e dar o troco, ver e fingir que não viu, querer e demonstrar que não se importa. Juntando todas as moedinhas “contadinhas” para um pagamento a altura daquele infeliz, talvez em cheque sem fundo, pra piorar.
Lança-se uma corrida de egos contra o tempo, para descobrir quem se arrepende primeiro, quem pede desculpas, quem pede pra voltar e o pior, quem acha o amor (tapa furo) da sua vida primeiro. Quantos anos eles tem mesmo? Alguns 12 anos?
Nessas e outras, a gente vive para tentar provar para o mundo que está feliz, que esqueceu e que se apaixonou mais uma ou 23 vezes depois dele. Mas nada muda.
Passamos por uma fase mesquinha para provar que somos muito mais do que aquela situação toda. Mas se fôssemos, não estaríamos aqui, falando disso. Então calma, adulta, adulta, volta!
O problema todo é essa negação de fossa, essa negação de dor, o problema mesmo é negar coisas que estão na cara e o pior, no coração.
Devemos entender que nem tudo é pra sempre, as coisas passam, e nada pior do que um amor mal resolvido para o resto da vida. Ninguém precisa de mais um fantasma pra assombrar a vida, né?
Se for pra doer, que doa logo tudo de uma vez, que sofra logo, porque assim se Deus quiser também passa logo.
No fundo a gente sabe que cada final é a possibilidade de um novo começo. Mas para isso tem que ter fim né?

Então, garota, vai logo, que tem mais gente na fila, olha lá, viu?
Ninguém é inesquecível, nem você. (Pausa dramática!)
Mesmo que demore um pouco, as coisas se ajeitam. E aquele papo de que um pé na bunda lhe manda para frente é real. Então, pense comigo, se um pé na bunda já lhe manda para frente, imagina o caco da voadora na bunda que você levou?

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