terça-feira, 8 de abril de 2014

Se queira.

Em um dia desses chuvosos, ela estava sentada na varanda, dias em que aquele friozinho só fazia lembrar do quanto aquele abraço era bom, ela resolveu ligar pra ele, mesmo com tantas negativas anteriores, mesmo com o orgulho gritando "não sua tonta", ela resolveu se dar mais uma chance, pois mesmo que ele não merecesse, ela merecia, só mais uma. 

Então ela ligou, disse que estava com saudade, convidou ele pra um programa qualquer, daqueles que acabariam em uma noite daquelas como as antigas.



Ele atendeu, meus deus ele atendeu! 

Foi simpático, foi meigo, foi escorregadio, e por mais que olhasse pra ela com cara de quem não queria ir, ele respondia com aquelas respostas "não estou afim", disfarçadas de "qualquer dia a gente marca, morreu meu parente, estou doente, tenho muito trabalho essa semana", "estou um pouco cansado", aquelas desculpas que ela só conheceu no fim daquele conto, nem tão de fadas.

Ela percebeu que não era mais importante, que ela estampava na cara o quanto queria, o quanto sentia, e que não havia mais qualquer saída, ela estava ali, amando sozinha, e aquilo não ia mudar. A única coisa que não deixava ela ir era o medo de ficar sozinho dele, era saber que depois dela, talvez não existissem outras. E como ela, acho que não.

Ela sempre soube o quanto era difícil deixar de querer alguém, ela tentava fugir dessa parte triste dos relacionamentos, e por mais difícil que fosse, ela sabia que por mais que quisesse aquele moço com todas as forças, ela não poderia deixar de se querer. Então ela se quis.

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