Hoje acordei pensando em você, tentei dormir de novo, voltar para o sonho romântico que eu vinha tendo com o Malvino Salvador, mas não deu. Acordei com uma baita vontade de te ver, pensei em te ligar agora, mas você deve estar dormindo, tomando um café, trabalhando, ou fazendo alguma coisa que agora nem me recordo, faz algum tempo que sequer sei da sua rotina.
Cara, seu idiota, hoje eu precisava mesmo só de você, com essa cara de coitado, com essas desculpas esfarrapadas, briguento, de qualquer jeito, nem que fosse para brigar comigo e me chamar de louca, ou pra compartilhar uma cerveja gelada, uma dança engraçada, um abraço apertado, qualquer coisa que lembre nós dois.
Uma vez ou outra, me proponho a não pensar mais em você, te esquecer de vez, e com a minha imensa maturidade lhe excluir do instagram, do facebook, do telefone, da vida. Deletar suas fotos no meu computador, que teimam em serem as primeiras a abrir no álbum do picassa. Pareca até um carma.
Então, resolvo de vez não pensar mais em você. Pronto, resolvido, graças! Funcionou. E durante uma longa semana em que ocupei meus pensamentos com alguns caras aleatórios, alguns lances, assim, sem graça. Nenhum deles tem a sua risada, e o jeito com quem me puxa pela cintura pra dizer que eu fique calma, nem a calma que mantém enquanto danço nas mesas pensando ser a melhor dançarina da festa, ou quando me xinga depois de uns goles e outros de ser o motivo da nossa separação, enquanto sai sorrindo, abraçado naquelas garotas que somadas não dariam uma de mim, e não digo de largura.
Esquecer, que besteira, não sei como conseguiu, o que você fez? Usou drogas? Fez um despacho? É medicamento? Banho de sal grosso? Posso perguntar como conseguiu me esquecer tão fácil assim? É alguma espécie de formatação? Como faz? Não sei. Só sei que te vejo pelas noites tão feliz que parece pecado lhe pedir pra voltar.
Mas olha, estou com tantas coisas pra te falar, sobre alguns planos pra minha vida, aqueles que jurávamos que não dariam certo, e deram. Sobre novas perspectivas, novos trabalhos, novos livros, novas músicas, novas pessoas. Tenho um bando de novidades. Mas, entendo. Talvez ao ler esse texto você sinta um bocado de saudade, talvez até pense em voltar. Ah, sei lá, então volta, estou com saudade. Volta pra gente sambar na cara da sociedade e provar que nada mudou desde a última vez.