Ouvi dizer que ela anda de saco cheio.
Que a história do tal dedo podre foi baseada na coitada da garota.
Não acertava uma, procurava o melhor ângulo, tinha boa visão e uma mira certeira.
O problema é que geralmente ela esquecia dos óculos...
E aí... O tiro era certeiro, mas no alvo errado!
E mais uma vez, ela foi iludida... Mas dessa vez seria diferente. Essa e mais uma e outra vez, que eu não lembro qual. E era pra ser sempre a última.
Ela ficou um pouco triste, até chorou. Disse algumas vezes que iria morrer de tanta dor, mas não morreu.
Afinal, quem é mesmo que morre dessas coisas?
Ninguém! Pelo menos, ninguém como ela.
Não, não podemos! Com tanta coisa pra fazer, rolos que duram de dez a vinte dias, as três ficadas e a magia de sumir, os bares, as festas, as jantas e almoços com as garotas, a liberdade no nível avançado, a academia que não vamos, a dança até o chão, as risadas, as viagens, os finais de semana tumultuados, as tequilas, os botecos, tudo o que era a nossa vida antes e depois daquele garoto. Onde fica, pra onde foi????
Tudo isso vai passar menina, daqui a pouco.
Afinal, ele é só mais um garoto, como tantos outros que você nunca iria esquecer, lembra? Não lembra? Exatamente...
E a cada dia ela esquecia um pouco, as vezes muito pouco, outras vezes muito para um dia só. E assim foi, como nas outras vezes.
E ela vive dizendo que vai lembrar de usar os óculos, mas sabe qual o problema dela? Quando esquece deles, fica bem mais bonita.
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