segunda-feira, 4 de maio de 2015

Sobre aquele amor que nunca acabou


Eles se conheceram na escola, ele era um garoto normal de 13 anos, ela era uma garota diferente das outras. Eles se olhavam entre um intervalo e outro, ela jogava vôlei, se destacava entre as meninas daquela turma, era alta e magra, mas tinha um jeito de sorrir que  a torcida parava, ele futebol, mesmo que ela preferisse profundamente ser a artilheira daquele time tão ruim, de garotos que jogavam futebol porque eram garotos e nada mais, assim como ele, que no fundo nem gostava de futebol.

Ela nunca contou a ele, ele nunca contou a ela, mas o interesse real daqueles dois era chegar um pouco mais perto um do outro, seja como fosse.

Chegaram, ficaram um pouco mais, se apaixonaram. O primeiro amor deles foi aquele, o moço do futebol e s moça do vôlei. Parece, mas não eram nada convencionais.

Com a adolescência vieram os problemas, que eles achavam que tinham, o bigode dele não crescia e ela ainda não era moçinha. Então cada um decidiu resolver o seu problema, imaturos demais pra um relacionamento, falaram até logo, como sé o amor não fosse aquele cara que simplesmente some no final da festa e não diz pra onde foi. O caso deles foi mais ou menos aassim.

Ela entrou pra faculdade, de apaixonou novamente - entre outros amores depois dele - casou, teve seus filhos. E, nunca mais soube dele.

Graças a tecnologia ela encontrou uma amiga dos tempos da escola, elas foram colegas na mesma época daquele amor, então ela resolveu tentar um contato.

Às duas começaram a se falar, relembrada os veleiro tempos e cada uma contou de sia vida, mandaram fotos da família, esposo, filhos, papagaio e cachorro.

Como um balde de água fria, ali estava a amiga, bem casada e abraçada no marido, ex primeiro amor da vida dela. Como? É isso mesmo?

Não, não pense que ela sentiu uma borboleta no estômago sendo atingida por uma funda desgovernada, ou que chorou, não pense que ela sentiu que havia perdido, não mesmo, ali ela não sentiu por ele, só sentiu saudade daquele tempo, que incluía ele.

Com o passar dos anos o relacionamento dela estava passando por péssimas fases - o dela, nesse caso possuía mais fases do que o Mário Bros - , não houve mais como segurar a barra e então ela terminou. Até então tudo muito normal para uma mulher de 35 anos.

Tudo muito normal, se aquele - o primeiro amor lembra? Que era casado com a amiga dos tempos da escola - cara, não houvesse a procurado.

Começou com um oi, entre conversas constantes ele contou que havia terminado o relacionamento de anos, assim como ela. Afinidades a parte, começaram a conversar.

Incrível, mas quem diria que aqueles dois, depois de mais de 20 anos se encontrariam, e o pior, que voltariam a conversar sobre aquelas coisas que eles deixaram pra trás.

Hoje eles estão juntos e felizes, parece que aquele tempo em que viveram separados estavam a esperar um pelo outro. Essa foi a história deles, que não sei se vai ser feliz para sempre, mas é feliz hoje. 

Essa foi a história da vez, sobre aqueles dois ali, aqueles também, e aqueles outros lá. Sobre aqueles que um dia tiveram que se separar - sem querer - mas que nunca esqueceram de quem deixaram para trás, isso acontece muito sabia?

Uma vez li alguma coisa sobre amor, que dizia mais ou menos assim: "amor é calmaria, as coisas quando realmente são de verdade chegam até você, não importa quanto tempo passe, um amor de verdade não acaba com o tempo".

Talvez o cara que escreveu esse trecho seja um gênio, talvez estejamos errados quanto ao tempo que duraria um amor, talvez minha concepção sobre o amor esteja mesmo equivocada. Talvez a gente pense que esqueceu, só porque aprende a viver sem. é a mesma coisa que conseguir viver sem chocolate, até ver uma barra de meio amargo dando sopa no sofá, é aí que a gente percebe que nunca deixou de amar chocolate.